quinta-feira, 14 de junho de 2012

"Quem já não se perguntou: sou um monstro ou é isso ser pessoa?"

Eu queria escrever alguma coisa
um poeminha que fosse
sobre essa dor chata
de ser quem me tornei.

Eu queria confessar que sorrio menos,
como menos
e choro menos também.
Talvez porque não tenho tempo de ser gente.

Queria dizer também que agora faço tudo o que achava certo,
resolvo tudo mais rápido,
estudo mais
e penso menos em roubo, vômito e matar.

Penso em dormir cedo
penso em livros
aos montes.
Mas não penso em poesia mais não.

Não escrevo no fundo do caderno
não escrevo nos pulsos
não escrevo letras em todo canto
nem escrevo blog.

Eu queria contar
ter tempo e jeito de desabafar
mas essa dor de cabeça não me abandona mais
e a água do café já ferveu.

Sofrer é um encontro
e eu queria sofrer
um tantinho só mais
aqui na alma

Mas aí me deu todo aquele sofrimento que não grita,
aquele sofrimento bem ruim
e eu resolvi que dormir, dormir sem sonhos nem nada
era um jeito de morrer logo dessa agonia.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

-Quem é você?
-Assim como Clarice, sou uma pergunta.
-Qual?
-Não, outra.
-Como assim?
-Também não.
-Que confusão, menina...
-Bastante.
-Só me responda: quem é você?
-Isso! Esta mesma.

Esse blog é uma pena.

É uma pena.
Porque ele nasceu de uma dor, uma dor tão grande que matou uma Árvore (http://arvorequenaotemmais.blogspot.com.br/).

Não era pra ele ser usado nunca, porque eu tinha achado Hopper (http://sobreserhopper.blogspot.com.br/), que também sou eu. Eu não queria que ele tivesse morrido, e estou triste até agora.

Mas aí eu perdi as chaves.

Quanta ironia.